O vento sopra uma saudade cheirando a flores
Num outono coberto de solidão
O silêncio assobia numa tapera
Recordações de uma vida que tivera
Num rosto envelhecido pelas noites solitárias
Um pingo pasta num verde de escurecer os olhos
Molhando os pensamentos de frio
E enxugando uma saudade de queimar o pelo
Não é tempo de viver triste
O semblante fitando a presença do nada
Repleto de tudo que brilha nas lembranças
O tempo se arrasta como um matungo pro morredor
Alma que teima em viver silente
Num deserto de emoções retumbantes
Se apega num pedacinho de chão
Como se quisesse ser ali plantando
E ter pelo menos a serventia
De ser um pasto pro gado
Que serventia tem uma alma chorando
Num teto de estrelas avulsas
Que no céu foram atiradas
Por cada amor que se perdeu...
(Vagner Kurz)
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