Quando meus pensamentos mais profundos tentam buscar a solução para os meus sentimentos mais impertinentes é gerada uma súbita e pulsante dúvida. O que nos motiva a ter sentimentos?
Existe uma corrente teórica que fundamenta como a práxis uma indução ao sentimento alheio, ou seja, uma determinada ação gera uma reação em sentido adverso e de mesmo teor. Numa forma mais sucinta: uma ação benevolente pode gerar um sentimento benéfico do receptor para com o emitente.
Essa teoria não é plenamente excludente no meu ponto de vista, mas inaplicável quando o assunto é paixão. A paixão é uma sensação exalada do interior mais íntimo da persona. Quem nunca conheceu a pessoa perfeita para se apaixonar, mas não aconteceu!? Esse seria um exemplo da práxis, fez-me ter uma grande admiração ao ponto de querer se apaixonar, mas a paixão não é algo planejável.
Pode ser explicada?
Sim, perfeitamente:
“A paixão é uma amplificação quase patológica do amor. O acometido de paixão perde sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio.
O sentimento exacerbado entre duas pessoas, é um exemplo de uma paixão. A paixão pode ultrapassar barreiras sociais, diferenças de formação, idades e gêneros. A paixão completamente correspondida causa grandiosa felicidade e satisfação ao apaixonado, pelo contrário qualquer dificuldade para antigir essa plenitude pode trazer grande tristeza, pois o apaixonado só se vê feliz ao conseguir o objeto de sua paixão.
Ela se resume em um sentimento de desejar, querer, a todo custo o calor do corpo de outro ser. Se cria uma necessidade de ver e tocar a pessoa por qual se apaixonou. É um vício que debilita a mente de forma a focar somente para a pessoa cujo seu pensamento está. E qualquer outro pensamento é momentâneo e irrelevante para o apaixonado”.
É fascinante o empenho que os “pesquisadores” demonstram quando se dedicam a explicar a paixão: “A paixão é uma liberação contínua de alguns neurotransmissores como dopamina e noradrenalina”. Mas nunca vi ninguém explicar a terapia e quais os medicamentos que provocam a cura.
Por que ninguém se interessou em promover o estudo da cura da paixão?
A paixão também é uma loucura !
Que nos faz perder o tino, a calma, a razão.
Que motivos me fazem querer entendê-la !?
Os mesmos motivos que me fazem buscar a cura !
Cheguei a somente uma conclusão:
A paixão me cega ao mesmo momento que me faz te ver;
A paixão me ensurdece ao mesmo momento que me faz te ouvir;
A paixão me faz te sentir ao mesmo momento que não te sinto;
A paixão me faz viver ao mesmo momento que me faz morrer;
A paixão é a vida e a morte;
A paixão é o ser e o não ser;
A paixão é uma dúvida que me faz ter certeza;
A paixão é o momento que não quero esquecer;
A paixão me confundi os sentidos e me faz enlouquecer;
A paixão é te ter e cada vez mais te querer.
(Vagner Kurz)
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